Thursday, 23 August 2007

Vestibular

Satisfazer meu ego e vontade, ou orgulhar minha família e optar pelo mais seguro ?
Estou há 1 ano e meio insistindo em
Engenharia Elétrica. É um ótimo curso. Gosto de matemática e física, mas.. não penso que seja o que eu realmente quero pra minha vida. Passar o resto dos meus dias enfurnado em algum cubículo com o meu nome na porta, desenvolvendo algum projeto que eu nem sei como vai terminar. Ou coordenar algum projeto desse, e.. falar disso me dá náuseas. Falar do sr. engenheiro Felipe me dá náuseas. Não suporto imaginar no que eu me tornaria.

"
E pq insistir nisso, então ?"
A minha lógica sempre foi a seguinte; me formar em algo que me propicie estabilidade financeira e segurança pessoal. Para, então, me formar no que eu realmente gosto e fazer disso um...
hobbie. Mas pera lá. Trabalhar com o que eu não quero, e tornar o que eu gosto em hobbie ? Não é o que eu quero !

Não digo que sempre sonhei com a
Geografia. Porque não é verdade. Passei a ter uma adoração especial pela matéria desde que a tive com o Prof. Capivara, no Apogeu. Preparatório para entrar no ensino médio, na UTFPR. Is it ironic ? Conheci a geografia num cursinho para me preparar para engenharia elétrica. Desde então, apaixonei-me pela Geologia. Pela Geopolítica. Pela Geofísica. Por tudo que tivesse geo na frente. Mas era um amor jovial, juvenil. Apenas uma matéria preferida. Faz pouco tempo que passei a torná-la como parte de um possível futuro. E quer saber ? Meu futuro preferido.
Agora, passados 3 anos, tive vários professores de ambas matérias. E sempre preferi os professores e as aulas de
geografia à física. Prof. Elton, primeiro ano. Mestre Herlon, segundo e terceiro ano. Mestre, no sentido literal da palavra. Cada aula era uma palestra. Cada ensinamento, uma lição de vida. Cada matéria ensinada, uma parte de mim crescia. Ensinou-me a colocar a geografia acima e à frente de qualquer coisa. No terceiro ano, tive também o Prof. Pedro. Um esquerdista [sim, esquerdista] que mostrou não pender tanto para o seu lado, mas... provou que é impossível à uma pessoa normal deixar seus pensamentos de lado. Principalmente para um geopolítico. Se as opiniões dele divergiam das minhas, eu estava pouco me importando [mentira, todo fim de aula eu ia conversar com ele tirando satisfações disso ou daquilo. No final ele acabava me entortando pela diferença de conhecimento]. O que ele me ensinou ficou aquém e além da sua matéria.
Hoje, repetindo cursinho, tenho aula de geografia com outra pessoa fenomenal;
Prof. Nogarolli. Após breve conversa com ele, ontem, minha cabeça entrou em parafuso. Contei-lhe minha aflição sobre querer fazer geografia. Ele olhou nos meus olhos, deu um sorriso, e disse: "Se conseguir, me procure." Cumprimentou-me, e seguiu seu caminho. Se eu pudesse ver algo além de sua nuca, eu tenho certeza que veria um sorriso com cara de "conquistei". E quer saber ? Conquistou mesmo.


Mas como contar à meus pais que quero ser
geógrafo ao invés de engenheiro elétrico ?
Bate-me uma incerteza.. bate-me uma dúvida.. que só vai ser respondida daqui uns 5 anos. Quando eu estiver formado; seja em Geografia, seja em Elétrica.

As inscrições para o vestibular vão até 17 de setembro, e eu tenho até lá pra decidir. Desejem-me sorte e um pouco de lucidez.



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